UM OLHAR SOBRE A CEGUEIRA
“É necessário certo
grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas.”
Clarice Lispector
Tanto faz se é noite ou dia, ele
vai com a segurança de que o caminho está livre. Confia e segue dando suas
voltas.
Passos pequenos e cuidadosos. Ás vezes
para, respira, sente o chão no escuro, sente o breu. Continua. Confia em si mesmo. Confia no
ambiente que está. Confia nas pessoas que passam ao seu lado. Confia no barulho
que escuta, nas vozes que falam perto dele, mesmo sem enxergar seus rostos.
Mais uma volta, sorriso tímido no
rosto, livre ele segue.
O sentir, na minha humilde
opinião é o que lhe move. Ele segue, confiante.
Ás vezes quando nos encontramos
entre uma volta e outra me emociono. Vontade de chorar de gratidão pelo exemplo
que ele me é. A vida, minha e dele, se aconchega no meu coração. Agradeço por
presenciar aquele momento e peço proteção para ele e para mim. Que vida boa meu
deus!
Coincidência ou não nossos
caminhos são inversos, eu vou, ele vem. Acredito até que isso é providência do
universo para me mostrar que é para ir em frente.
Lá vai ele, com liberdade, na
praça, dando suas voltas, cego do olhar e com o coração lhe mostrando onde é
para pisar.
Débora Rabelo - Café e Criação
Nenhum comentário:
Postar um comentário